Na tentativa de se eximir de possíveis crimes cometidos na sua
transferência para o Barcelona, em 2013, o atacante Neymar pode
complicar a situação do pai. Nesta quinta (26), o jornal espanhol El
Confidencial mostrou registros em vídeo do depoimento do jogador à
Justiça da Espanha realizado em fevereiro de 2016.
O atacante garantiu, repetidamente, ao juiz responsável por investigar
supostos crimes na transação que não se lembrava dos pré-acordos que
tinha assinado com o Barcelona, pois apenas seguia as orientações do
pai.
Apesar de só ter contado com Neymar a partir de 2013, o time catalão
firmou acordos diretamente com a família do atacante em 2011 e 2012, que
totalizaram 40 milhões de euros. O grupo DIS, que detinha 40% dos
direitos econômicos do atacante, entrou com processo na Justiça da
Espanha alegando ter direito a parte desse montante, pago à empresa
registrada no nome de Neymar pai e Nadine, mãe do jogador.
“Na verdade, não me lembro porque nunca fui por dentro de todos os
contratos e de tudo que se passava na minha carreira, até porque não
gosto. Por isso, tem quem faz a gestão da minha, que é meu pai, uma
pessoa com quem confio”, afirmou Neymar à Justiça.
Perguntado se reconhecia a assinatura em um contrato firmado pela
empresa familiar com o Barcelona, o jogador alegou que assinou sem do
que se tratava. “Não me lembro, mas posso identificar minha assinatura. É
mais um documento que meu pai pedia para que eu assinasse. Foi o que
falei: é uma pessoa que confio. Tudo o que meu pai pede para fazer e
assinar, eu assino”, respondeu.
Em determinado momento, o magistrado espanhol quis saber por que Neymar
havia assinado renovação de contrato com o Santos, em novembro de 2011,
apenas poucos dias depois de ter chegado a um acordo com o Barcelona, já
que não havia muito sentido em estender um vínculo com o clube
brasileiro já acertado com a equipe culé.
“Eu nunca pedi explicação no qual estava assinando. Eu simplesmente
chegava e assinava a pedido do meu pai”, declarou Neymar, repetindo o
discurso. No final, quando questionado se tinha algo a acrescentar, o
atacante pediu que o deixassem “em paz somente”.
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