“Não contrario publicamente o presidente”, avisa Moro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que, apesar de não concordar com algumas ações do Governo Bolsonaro, precisa segui-las, pois respeita a hierarquia. “Fui convidado por Bolsonaro para fazer parte do governo. Sou um ministro do Poder Executivo e há o chefe do Poder Executivo. Algumas decisões são do presidente e cabe aos ministros aplicá-las. Não contrario publicamente o presidente”, avisou Moro durante entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, na noite desta segunda-feira (20).

Ele afirmou que, assim como na magistratura, teve suas decisões alteradas e respeitou limites como ministro. “Nem tudo que se pretende se consegue.

SOBRE A VAZA JATO MORO DISSE:

“Serviu pra soltar presos e enfraquecer o Ministério”. Foi desta forma que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, definiu a Vaza Jato, movimento de divulgação de mensagens trocadas por juízes e procuradores durante a Operação Lava Jato. Ele viu o seu nome envolvido na polêmica, pois suas conversas da época em que ainda era juiz foram divulgadas pela imprensa, em especial pelo The Intercept.

Durante o programa Roda Viva, na TV Cultura, na noite desta segunda-feira (20), ele colocou em dúvida a autenticidade das mensagens e disse que foi feito sensacionalismo em cima das informações. “Ninguém foi condenado injustamente, ninguém foi condenado sem prova. Ali [Vaza Jato], foi um hackeamento criminoso. Não vi muita importância naquele monte de bobagerada... Tenho a consciência tranquila sobre o trabalho que fiz como juiz. É uma farsa essa tese de conluio baseada nessas supostas mensagens”, argumentou Moro. 

Mesmo dizendo que não teve acesso às conversas, ele destacou que o conteúdo das trocas de mensagens não revela nenhum crime e faz parte do trabalho das autoridades.