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Banco Central deve dar início ao ciclo de alta do juro básico nesta quarta, prevê mercado

 


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (17) e deve dar início ao processo de alta dos juros básicos da economia. A decisão será anunciada após as 18h.


A expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro, em pesquisa realizada pelo BC na semana passada, é de um aumento de 0,5 ponto percentual, para 2,5% ao ano. Porém, há analistas projetando uma elevação maior, para 2,75% ao ano.


Se confirmado, esse será o primeiro aumento da taxa Selic desde meados de 2015. A previsão do mercado é de que a taxa continue avançando, terminando 2020 em 4,5% ao ano e 2021 em 5,5% ao ano.


De acordo com economistas, o início do processo de aumento dos juros está relacionado com a disparada da inflação dos alimentos, dos combustíveis e do dólar, somada à tensão política, ao fraco ritmo de vacinação e a dificuldades em conter o aumento de gastos públicos.


Em comunicado, o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, estimou um aumento de 0,5 ponto percentual no juro básico, para 2,5% ao ano.


"Tal ritmo de alta se justifica diante do aumento recente das incertezas globais e fiscais [relacionadas contas contas públicas], em um contexto de inflação ainda bastante pressionada no curto prazo, especialmente em razão do aumento de preços de 'commodities' sem correspondente apreciação cambial e da aceleração da inflação de bens em um cenário de maior utilização da capacidade da indústria, que contribui para maior repasse da alta de preços de insumos", avaliou.


Como é tomada a decisão

O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação, olhando para o futuro pois as decisões demoram de seis a nove meses para terem impacto pleno na economia.


Neste ano, a meta central é de 3,75%, mas o IPCA pode ficar entre 2,25% a 5,25% sem que a meta seja formalmente descumprida. Para 2022, a meta central é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA somou 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.


Na última semana, o mercado estimou uma inflação de 4,6% para 2021, acima da meta central e próxima do limite superior do sistema de metas, e de 3,5% para 2022.


Consequências

De acordo com economistas, o aumento do juro básico da economia, se confirmado, resultará em taxas bancárias mais elevadas, com reflexo mais forte no crédito imobiliário.


Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), estimou que uma alta de um ponto percentual no juro da casa própria represente uma diferença de 10% no valor final pago pelos consumidores.


Veja os impactos da alta dos juros na economia

A elevação da taxa de juros, também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos, impactando, assim, o emprego e a renda, além de gerar elevação nas despesas com juros da dívida pública.


Gabriel Leal de Barros, sócio e economista-chefe da RPS Capital, calculou que a eventual alta da Selic de 2% para 4,5% ao ano, prevista pelos analistas do mercado, geraria uma despesa adicional de cerca de R$ 80 bilhões com juros da dívida (se mantida em 12 meses).


Esse valor superaria os R$ 44 bilhões de limite autorizados para o pagamento do auxílio emergencial em 2021, que consta na PEC Emergencial aprovada pelo Congresso. Os gastos com juros, embora sejam "financeiros", também impactam a dívida pública - que em quase 90% está alta para o padrão de países emergentes.


Por fim, aplicações financeiras em renda fixa, como a caderneta de poupança, tendem a render um pouco mais. Com o juro básico em 2,5% ao ano mais taxa referencial (TR), por exemplo, a poupança passará a render 1,75% ao ano, contra 1,4% ao ano, mais TR (com taxa Selic em 2% ao ano).

Essa melhora acontecerá, entre outros, nos investimentos em títulos públicos, vendidos por meio do Tesouro Direto, além de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Há incidência de Imposto de Renda sobre as aplicações no Tesouro Direto, mas não nas LCI e LCA.


Mesmo assim, analistas recomendam cautela para que o rendimento não fique abaixo da inflação. "Como a inflação está alta, quem está aplicando em 100% do CDI [percentual próximo da Selic], está perdendo dinheiro", disse Deibert Fernandes De Aguiar, coordenador da assessoria de investimentos da Terra Investimentos.


Uma alternativa para os investidores conseguirem uma remuneração mais alta é a renda variável, ou seja, a bolsa de valores. Nesse caso, porém, o risco assumido é maior, pois pode haver perda de recursos. Ouro, prata e outras moedas também têm atraído a atenção de investidores.


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