Por Andréia Sadi
Formada pela PUC-SP em jornalismo, é âncora do Estúdio i, na Globonews, além de comentarista política no g1 e na CBN
Uma das principais lideranças do MDB, o ex-presidente Michel Temer afastou neste domingo (24) o tão sonhado apoio ainda no primeiro turno do partido ao ex-presidente Lula, do PT.
Lideranças do MDB e do PT estavam em conversas avançadas mas, nos últimos dias, a negociação foi prejudicada após a ex-presidente Dilma Rousseff reagir a uma declaração de Temer, de que Dilma era "honestíssima". A petista, então, se posicionou publicamente ao dizer que Temer tenta limpar sua "inconteste condição de golpista"- referindo-se ao impeachment.
Ao blog, Temer classificou a declaração da ex-presidente como "violenta e grosseira". "A grave acusação que fiz foi chamá-la de honesta".
Apesar de petistas e emedebistas admitirem, reservadamente, que a declaração de Dilma atrapalhou as conversas entre os dois partidos, Temer afirmou ao blog que a dificuldade na aliança é anterior à reação de Dilma uma vez que -"pelo que tem ouvido do partido"- acha difícil o apoio do MDB a Lula no primeiro turno.
"Pelo que tenho ouvido, o partido quer seguir com candidatura própria, não vejo condições para o apoio no primeiro turno". O MDB tem como candidata a senadora Simone Tebet, que deve ser homologada como candidata no próximo dia 27. Nos bastidores, lideranças do MDB acreditam que a convenção vá ser judicializada pela ala do partido que quer apoiar Lula- como o senador Renan Calheiros.
Temer admite que integrantes do comitê Lula- Alckmin procuraram o partido em busca de apoio, mas ele se queixa do tratamento da militância petista ao seu governo. "Eles mandam emissários, mas como vamos apoiar se eles falam que é golpe? Se falam que a reforma trabalhista, que eu fiz, é escravocrata? Querem destruir com meu governo", reclama o ex-presidente.
Sobre um apoio no segundo turno, no entanto, Temer não descarta novas conversas: "Aí é outra conversa, é um outro tempo".
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