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A pesquisa é um retrato de momento, mas não deixa de ser alerta para campanhas

 


por Fernando Duarte

A pesquisa é um retrato de momento, mas não deixa de ser alerta para campanhas
Foto: Montagem/ Bahia Notícias

Mais uma rodada do Instituto Paraná Pesquisas, em parceria com o Bahia Notícias, foi divulgada nesta segunda-feira (19). Assim como outros levantamentos divulgados ao longo das últimas semanas, os dados divulgados pelo BN sinalizam tendências. A primeira é que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), parece ter atingido um teto de intenções de voto e, quando oscila, é pouco além da margem de erro, ainda que para baixo. A segunda é que Jerônimo Rodrigues (PT) tende a ampliar o alcance dos votos e pode surpreender na reta final da disputa. Resta saber se o tempo restante para as urnas é suficiente para uma mudança nas posições.

 

Diferente das fases iniciais, quando Jerônimo era um desconhecido da grande população, o candidato do PT já figura com percentuais de conhecimento expressivos. Ainda assim, para reverter o quadro ainda favorável a ACM Neto seria necessário um pouco mais de tempo. Por mais que o petismo insista na comparação com 2006 e 2014, quando a “onda vermelha” foi se desenhando ao longo da campanha e virou o resultado das urnas nesses dois anos, 2022 tem uma cena ligeiramente distinta. A fadiga de material, tão presente em Paulo Souto (à época pelo DEM), aparece mais ao lado do PT do que de ACM Neto, que se vende como “novo”.

 

As comparações são possíveis - e necessárias -, mas não podem ser completamente estanques. Os contextos são distintos e o ex-prefeito não é um candidato desprezível, como alguns aliados de Jerônimo chegam a pintar. Decerto, não é uma campanha fácil como se chegou a cogitar quando o ex-secretário de Educação surgiu para substituir Jaques Wagner na corrida eleitoral. É uma disputa dura, ainda que os números mostrem o sentido contrário. Talvez seja, inclusive, a disputa mais acirrada na Bahia nas últimas décadas.

 

O tempo conta mais a favor de ACM Neto do que de Jerônimo. Quanto mais tempo o petista tiver, maior a possibilidade de convencer o eleitor de que ele é o nome de Lula e defensor dos legados de Wagner e Rui Costa. Porém, a depender da estratégia utilizada pelos adversários, pode ser também espaço para o ônus que os 16 anos no poder trazem. Já o ex-prefeito está longe de estar em berço esplêndido e tem dado sinais de que sente a aproximação do petista. As críticas contundentes a decisões da Justiça Eleitoral são a ponta pública do iceberg de que o jogo não está jogado e o União Brasil pode não lograr o êxito esperado na disputa baiana.

 

O último dado relevante e que não pode passar despercebido é que o apoio de Jair Bolsonaro na Bahia pode transformar a campanha de João Roma (PL) em uma marola. Ainda que o presidente oscile entre 20% e 30% das intenções de voto entre os baianos, o ex-ministro da Cidadania parece não ter convencido o eleitorado antipetista de que ele representa esse agrupamento social - que opta, naturalmente, pelo antipetismo mais clássico de ACM Neto. Para quem almejava ser uma terceira via, Roma realmente se inspirou nas natimortas tentativas de furar a polarização cristalizada no plano nacional.

 

Sem Roma apresentando crescimento evidente, a chance da disputa baiana ser decidida em dois turnos diminui consideravelmente. A grande questão é se ACM Neto vai sustentar a vantagem construída ao longo dos últimos meses ou se Jerônimo vai repetir a dose das viradas históricas do PT por essas bandas. Só as urnas vão responder.

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