O Papa Francisco celebra o 10º aniversário de sua eleição na segunda-feira (13), superando em muito os “dois ou três” anos que ele imaginou para seu papado e não mostrando sinais de que vá sair do posto tão cedo.
Pelo contrário, com uma agenda cheia de problemas e planos, Francisco, de 86 anos, tem evitado falar em aposentadoria e recentemente descreveu o papado como um trabalho para toda a vida.
O primeiro papa latino-americano da história já deixou sua marca e pode ter ainda mais impacto nos próximos anos. No entanto, uma década atrás, o jesuíta argentino estava tão convencido de que não seria eleito papa que quase perdeu a votação final enquanto conversava com um colega cardeal do lado de fora da Capela Sistina.
“O mestre de cerimônias apareceu e disse: 'Você vai entrar ou não?'”, Francisco lembrou em uma entrevista recente à Associated Press. “Depois percebi que era minha resistência inconsciente a entrar.”
Ele foi eleito o 266º papa na votação seguinte.
Abuso Sexual
Francisco teve uma grande curva de aprendizado sobre o abuso sexual do clero, inicialmente minimizando o problema de maneiras que fizeram os sobreviventes questionarem se ele “entendeu”. Ele teve seu despertar cinco anos depois de seu pontificado, após uma visita problemática ao Chile.
Durante a viagem, ele descobriu uma séria desconexão entre o que os bispos chilenos lhe contaram sobre um caso notório e a realidade: centenas ou milhares de fiéis chilenos foram estuprados e molestados por padres católicos ao longo de décadas.
“Essa foi a minha conversão”, disse ele à AP. “Foi quando a bomba explodiu, quando vi a corrupção de muitos bispos nisso”.
Francisco aprovou uma série de medidas desde então com o objetivo de responsabilizar a hierarquia da igreja, mas os resultados foram mistos. Bento XVI removeu cerca de 800 padres, mas Francisco parece muito menos ansioso para exonerar os abusadores, refletindo a resistência dentro da hierarquia aos esforços para remover permanentemente os predadores do sacerdócio.
A próxima fronteira da crise já surgiu: o abuso sexual, espiritual e psicológico de adultos pelo clero. Francisco está ciente do problema – um novo caso diz respeito a um de seus colegas jesuítas – mas parece não haver vontade de tomar medidas firmes.
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