A oposição planeja transformar a sabatina do ministro Flávio Dino (Justiça) no Senado em uma extensão da CPI do 8 de Janeiro. O objetivo é desgastá-lo com assuntos ligados à pasta, como a ausência de imagens do circuito interno no dia dos atos, o recebimento de alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a atuação da Força Nacional. Indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele também terá que responder sobre outros temas caros à direita, como itens da pauta de costumes. O encontro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai ocorrer no dia 13.
Dino foi alvo de pedidos da oposição para ser ouvido na CPI, mas nunca houve acordo para levá-lo ao colegiado. Adversários usaram um relatório paralelo para pedir o indiciamento do ministro por supostos crimes de desobediência e abuso de autoridade.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) defendeu a presença de Dino, para que prestasse esclarecimentos a respeito das medidas após os alertas recebidos pela Abin, as imagens do circuito interno do ministério e sobre a Força Nacional. Para o senador, os motivos das ações de Dino nesses casos podem comprometer a imparcialidade de um juiz, por isso é necessário conhecê-los.
Marco temporal
Outros assuntos devem ser levados à sabatina. O senador Márcio Bittar (União-AC), contrário à indicação de Dino, questionará sobre o marco temporal das terras indígenas.
— Qual vai ser a postura dele no STF? A da Marina Silva (ministra do Meio Ambiente) ou a da CPI das ONGs?— questiona Bittar, em referência ao colegiado dominado pela oposição.
Adversários do governo preveem uma sabatina longa, que também passará pela pauta de costumes e a presença da mulher de um líder de facção criminosa no Amazonas em dois encontros com um auxiliar de Dino na Justiça. A gestão no Maranhão, estado que governou de 2014 a 2022, também deve ser alvo de questionamentos.
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