Em 1º de janeiro acontece a cerimônia de posse na qual o petista Luiz Inácio Lula da Silva será oficializado presidente da República. Pela tradição, o rito inclui a passagem da faixa, instituída em 1910, mas que pode não acontecer caso Jair Bolsonaro se recuse a comparecer ao evento.
A última vez que isso aconteceu entre dois presidentes eleitos foi há mais de uma década, quando Lula passou a faixa para Dilma Rousseff, em janeiro de 2011. Reeleita em 2014, a Dilma sofreu um impeachment e, por isso, quem passou a faixa a Bolsonaro em janeiro de 2019 foi Michel Temer, vice eleito na chapa da petista.
"A transmissão da faixa simboliza duas coisas que o Bolsonaro abomina: a democracia e a alternância de poder", afirma o jornalista Bernardo Mello Franco em entrevista a Natuza Nery.
Segundo Mello Franco, as alternativas que a equipe de transição do cerimonial avalia estão "guardadas a sete chaves".
"Tem muito petista, por exemplo defendendo que a faixa seja entregue pela ex-presidente Dilma Rousseff. O que seria uma espécie aí de uma reparação histórica, considerando que ela não pode passar faixa para o sucessor, já que ela foi derrubada por um impeachment."
Outra possibilidade citada pelo jornalista é chamar representantes do povo brasileiro, como trabalhadores, indígenas, mulheres e negros.
"Até onde eu sei, não há um martelo batido. Eles primeiro querem saber se o Bolsonaro vai ou não vai. Em segundo lugar, caso Bolsonaro, de fato, não compareça, aí sim procurar uma espécie de uma cerimônia simbólica para marcar esse momento."
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