O ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, em entrevista à Veja, voltou a reforçar que mesmo com a nomeação de ministro do DEM, o partido não fará parte da base do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e ressaltou que esse não alinhamento ao Palácio do Planalto, não significa que integrará o bloco da esquerda e até do Centrão, do qual seu partido vazia parte até abril de 2020, quando houve um racha na disputa pela presidência da Câmara.
“Mesmo com a nomeação de ministros do DEM, o partido segue independente e não fará parte da base do governo. Só que isso não pode ser confundido com oposição. O que sempre digo para o presidente Bolsonaro é que jamais falarei com ele sobre qualquer indicação para cargo nenhum. E repito: me inclua fora do Centrão”, solicitou Neto.
O ex-prefeito de Salvador voltou a falar do imbróglio entre ele e o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a quem classificou de “ingrato” e “injusto”. Ele ressaltou que defendeu a candidatura de Baleria Rossi (MDB-SP) até o último instante.
“Defendi, mas nunca imaginei que Rodrigo chegaria no final da disputa com o apoio de apenas um terço dos deputados. Tentei reverter o quadro até o último minuto, mas dezesseis dos 31 parlamentares estavam com o Arthur Lira. Se não tivesse segurado alguns, seriam 21. Ainda convoquei a Executiva do partido com o seguinte discurso: “Não admito adesão ao bloco do Arthur. Vai ser um vexame para o Rodrigo”. A única saída possível era a neutralidade”, asseverou o presidente do DEM.
O presidente do DEM afirma que já havia alertado o deputado federal do Rio na noite anterior à eleição: “No domingo, véspera da eleição, desembarquei em Brasília e fui direto para a casa dele. Disse: “Não vai dar para garantir a maioria”. Aí ele falou que, se aquilo acontecesse, sairia do DEM. Infelizmente, Rodrigo não soube lidar com a derrota. Foi injusto e ingrato. Mas não vou guardar rancor”.
O político sinalizou que o DEM espera uma decisão de Huck e a Rede Globo para traçar os planos para 2022.
“Não posso falar pelo Luciano. Ele não é político. É apresentador e tem um contrato com a TV. Percebo nele um inegável espírito público e um bom conhecimento da realidade brasileira”, elogiou o ex-prefeito de Salvador.
Mesmo esperando o apresentador de TV, o prefeito de Salvador não nega que possa haver um diálogo com Ciro Gomes, com quem fez aliança em Salvador e em outros estados: “Esse é um assunto para o segundo semestre deste ano. Por que precipitar o debate sem um cenário claro?”
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