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Análise: "refém" do próprio sucesso, Flamengo mantém sarrafo alto, vence e educa torcedor mal-acostumado

 


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". A citação do clássico livro "O Pequeno Príncipe" ajuda a explicar a sensação de parte da torcida do Flamengo que questiona a atuação da equipe de Rogério Ceni na conquista da Supercopa do Brasil, em Brasília.

O Flamengo que chegou ao oitavo título de 2019 para cá não só cativa o torcedor, deixa também mal-acostumado. Por isso, quando a vitória não é contundente e passando por cima do adversário vem sempre um "venceu, mas...", "foi campeão, mas...". E o fato de o Palmeiras enfrentar de igual para igual - e até dominar a partida em alguns momentos - deixa essa sensação.


Flamengo x Palmeiras

Posse de bola: 55% x 45%

Finalizações: 17 x 18

Finalizações no gol: 5 x 10

Escanteios: 5 x 8

Faltas: 15 x 23

Passes trocados: 398 x 314

Não, o Flamengo não fez um jogo ruim em Brasília. Longe disso! Mesmo tendo pela frente o campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, foi quem mais teve posse de bola e quem mais esteve perto da vitória nos 90 minutos. Weverton e a trave pararam Bruno Henrique, Vitinho e Gabriel em chances claríssimas. E aí está um ponto que o time de Rogério Ceni precisa melhorar desde o ano passado: ser mais letal para sofrer menos.

O que se viu no calor de meio-dia no Mané Garrincha foi um jogo de futebol de altíssimo nível, de duas equipes com características completamente diferentes, mas que souberam castigar o rival, cada uma ao seu jeito. Não à toa, Flamengo e Palmeiras dominam nos últimos anos o futebol brasileiro.


Com 55% de posse de bola e 17 finalizações, o Flamengo não foi dominante como tem sido no Carioca (o que é óbvio e até previsto), e também não foi senhor do jogo como contra o próprio Palmeiras há 80 dias, no 2 a 0 pelo Brasileirão. Daí a impressão de que o time não jogou tão bem assim. Ora, quando se enfrenta um time com a qualidade e a competitividade do Palmeiras é preciso entender que você vai sofrer, sim.


O equilíbrio das ações passa muito mais por coragem e mérito do time paulista do que um dia abaixo do esperado por parte do Flamengo. O Palmeiras subiu a marcação, imprimiu um ritmo forte no início, e o primeiro gol de Raphael Veiga é fruto disso. A marcação alta forçou o chutão de Diego Alves, a segunda bola foi verde, o meia-atacante foi inteligentíssimo no drible em Arão e abriu o placar. Nada fora das condições naturais de temperatura e pressão.

O Flamengo teve maturidade para não se desesperar e conseguiu a virada pelos pés dos melhores jogadores de linha em campo: Arrascaeta, Filipe Luís e Gabigol. Vertical nas tomadas de decisão como no jogo diante do Madureira e com os laterais dando opção no corredor, o time encontrou alternativas e soube se impor.


A formação com Willian Arão de zagueiro e Diego de volante, por sua vez, deixa o time fragilizado na capacidade de marcação. É algo esperado, e que o Palmeiras soube explorar. O primeiro tempo foi intenso, apesar do calor, e com o Flamengo melhor.


A desvantagem no placar fez com que o Palmeiras assumisse as rédeas em boa parte do segundo tempo, e o Flamengo por muitas vezes deixou Rodrigo Caio e Arão expostos no mano a mano. Os melhores momentos vão indicar falhas de posicionamento e combate dos zagueiros, mas a formação do atual campeão brasileiro já prevê isso: a maneira de não sofrer e tendo a bola nos pés, e foi o adversário quem tinha na busca pelo empate.

É preciso pontuar que o Flamengo teve peças fundamentais bem abaixo do padrão que estão acostumados. Lembram da frase do início do texto? Pois é, Bruno Henrique e Gérson acostumaram o torcedor mal e quando têm partida mediana já destoam da turma. Everton Ribeiro foi outro que não viveu um bom domingo.


O gol de empate do Palmeiras sai de erro de passe do camisa 7 que pegou Rodrigo Caio exposto e afobado. O pênalti bobo é uma mistura de erros individuais e coletivos. Melhor para todo mundo que Diego Alves resolveu o problema e decidiu o título.


Bicampeão carioca, do brasileiro e da Supercopa, campeão da Libertadores e da Recopa, o Flamengo não jogou mal em Brasília. Jogou bem! Mas deixou um recado importante para a sequência da temporada: há também outros bons times no país e nem sempre vai ser possível vencer, convencer e não sofrer.

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