Ibicaraí parou, atônita, diante de uma improvável e gigantesca tragédia. Como pode alguém do bem, que nunca fez o mal para ninguém, que era admirado por todos, que era um exemplo de homem, marido, filho, irmão, amigo e professor, ‘partir’ de forma tão trágica e prematura?
Estamos todos fazendo a mesma pergunta, incrédulos, sem acreditar que Murilo Benevides se foi. Como pode alguém tão legal, gente fina, praticante de esporte, ‘vendendo’ saúde fazer sua última pedalada tão cedo?
Inúmeras vezes nos últimos 8 anos eu me deparei com Murilo na pista. Eu, sempre correndo – pois não sei pedalar – e ele de bike, sempre muito veloz, puxando a turma (ele era muito rápido) ou simplesmente pedalando com a sua esposa.
Nossa! A BR-415 não será mais a mesma. A pista está triste e ficará órfã para sempre do nosso maior exemplo de dedicação ao esporte amador.
Quem nunca usou Murilo Benevides como exemplo de atleta dedicado? Quem nunca brincou dizendo: um dia te acompanho! ‘O homem era fera’, pedalava muito e inspirava quem estava começando.
Murilo Benevides era professor de História do colégio Guedes Educandário e por quatro anos deu aula para a minha filha Gabriela. Ele era, segundo Gabriela, o melhor professor que ela já teve, e graças ao seu farto conhecimento e sua forma fácil de ensinar história, ajudou minha filha a ingressar na UESC.
Quantos alunos passaram pelo professor Murilo?
Quantos ciclistas e corredores começaram graças a Murilo?
Tudo para ele parecia fácil e, por parecer fácil, surgia sempre um novo seguidor.
É triste dizer, mas, nesse momento de imenso e profundo aperto no coração, é preciso concordar com o saudoso Renato Russo e a sua banda Legião Urbana:
OS BONS MORREM JOVENS!
Arnold Coelho
Um, entre muitos que se arriscam na
BR-415 para fazer o que gosta, praticar esporte.
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