Por Valdo Cruz
Comentarista de política e economia da GloboNews. Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica vão continuar fazendo parte da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por determinação do presidente Jair Bolsonaro, informaram ao blog assessores presidenciais.
Havia o risco de os dois bancos públicos deixarem o grupo depois que a Febraban, em parceria com outras entidades, elaborou um manifesto em defesa da democracia.
O manifesto foi mal recebido em setores do governo, que viram no texto um ataque à gestão de Bolsonaro. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, chegou a sugerir a saída dos dois bancos públicos da Febraban.
Nesta quinta-feira (2), a Febraban reafirmou o texto e a defesa da democracia e disse que respeitava as posições do BB e da Caixa.
A decisão pacificada no governo agora é pela permanência dos dois bancos na entidade.
A forma como Guimarães tratou o caso foi visto como uma "trapalhada" por assessores presidenciais.
Na nota desta quinta, a Febraban disse também que o assunto do manifesto está encerrado que não se vinculará a decisões da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A Fiesp havia assumido a organização do manifesto e, diante da reação negativa do governo, havia decidido adiar a divulgação.
A avaliação dentro do governo é que a nota da Febraban desta quinta manteve a posição da entidade, em defesa da democracia, mas deu por encerrado o caso do manifesto da Fiesp. Ou seja, a nota teria atendido os dois lados.
O fato é que, dentro do governo, a preocupação é com a posição cada vez mais ampla de empresários criticando a gestão Bolsonaro.
A conclusão foi que, num ambiente como esse, a estratégia de levar o BB e a Caixa a romperem com a Febraban só aumentaria o clima de animosidade do empresariado com o Palácio do Planalto.
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